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segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Diversão e banho de rio atraem em torno de 6 mil a Rio Preto da Eva

Com a chegada do período de sol, a invasão de manauenses ao município do Rio Preto da Eva - a 80 quilômetros de Manaus - é um fenômeno que a cada final de semana tem levado em torno de 6 mil pessoas ao lugar.
Mas essa frequência tem sido a causa de mortes e acidentes por afogamentos que vêm preocupando as autoridades locais.
Na semana passada, ocorreram três mortes, enquanto o número de pessoas que sofreram afogamento e foram salvas chegou a 30 no mesmo período.
“Mesmo mantendo aos domingos uma equipe de 15 salva-vidas e ainda utilizando sistema de som para alertar sobre situações perigosas, as pessoas precisam colaborar”, afirmou o secretário municipal de Turismo do Rio Preto, Marcos Souza, 41.
É preciso contar com o cuidado e a atenção de todos, alertou ele, ao explicar que o rapaz acidentado estava embriagado e foi alertado várias vezes tanto ele quanto seus familiares dos riscos de um acidente pelos seguranças, pois há trechos mais fundos do rio que tem correnteza.
As outras duas pessoas se acidentaram durante a semana, quando não há o serviço de socorro dada a baixa frequência no local.
Afogamentos
O cenário da cidade começa a mudar a partir das 8h de domingo, com a chegada dos visitantes.
Eles chegam em ônibus alugados e carros.
“Nós alugamos um ônibus e viemos de turma”, contou a dona de casa Ivanilde de Oliveira, 47, moradora do bairro da Compensa, Zona Leste, de Manaus, que estava no Rio Preto com toda a família de mais de seis pessoas.
Pelas contas da Prefeitura, são mais de 50 ônibus e em torno de 120 carros que ocupam espaços pré-determinados para estacionamento.
A recepção é feita com música ao vivo e há incentivo aos chamados “farofeiros” para que consumam alimentos e bebidas comercializados nas 30 barracas locais, cujos proprietários foram treinados e orientados, inclusive, a reduzir os preços.
Mas os problemas com afogamento começam cedo e aumentam a partir das 14h quando muita gente já está embriagada e não se segura na correnteza do Rio Preto, agora no período da vazante.
“Chegam a 30 por domingo”, diz Marcos.
Neste domingo (7), por volta das 11h, os salva-vidas já haviam resgatado 15 pessoas. E até o final da tarde, o número havia dobrado.
“Eu escorreguei e quando vi estava me afogando”, disse uma das vítimas, identificada apenas por Pedro, que admitiu ter consumido bebida alcoólica.
Ao defender uma maior ação dos órgãos de fiscalização do trânsito em relação ao consumo de bebida alcoólica, o secretário Marcos Souza, promete também intensificar as campanhas realizadas pela Prefeitura.
“Papa-defuntos”
O motorista cearense radicado em Rio Preto da Eva, Caetano da Silva, 61, conta que há seis anos chegou a levar 30 cadáveres de afogados do município para Manaus no período de um ano, logo que inauguraram o balneário.
Na época, o lugar não tinha a atenção que tem hoje, em relação aos afogamentos.
“Morria gente afogada toda semana. Hoje, a equipe de salva-vidas é muito boa e muito atenta a qualquer situação, mas nem sempre foi assim. O importante, nos casos de afogamentos, é a atitude dos salva-vidas e a gente vê que os que trabalham no rio têm isso. Não se pode perder tempo. Quando não tinha esse pessoal treinado, morreu muita gente nesse rio, tanto que houve um tempo em que o Ministério Público ameaçou proibir o funcionamento dele na cidade. Felizmente, agora isso é passado”, salienta.
Campeão de salvamentos
Herói de muitos salvamentos, mas também de achar corpos desaparecidos nas águas escuras do Rio Preto da Eva, o salva-vidas Roberto Carlos Gomes da Frota, 42, o “Bertinho”, tem uma longa e memorável folha de serviços prestados aos banhistas do principal balneário do Rio Preto.
Antes das campanhas realizadas pela Prefeitura, ele chegou a socorrer mais de 100 pessoas em um final de semana.
Recentemente, para salvar duas mulheres, teve que usar da experiência para não morrer com elas.
“As duas me seguraram de tal forma que eu não conseguia ajudá-las, então, afundei para elas me soltarem e conseguir socorrê-las”, disse ele, que já resgatou corpos dados como perdidos por mergulhadores do Corpo de Bombeiros.
Para tentar encontrar uma vítima, Bertinho tem uma habilidade. Vai ao local e deixa-se levar pela correnteza.
“Assim, vou pelos locais por onde a vítima passou”, conta ele, natural do Ceará e há quase 30 anos morando em Rio Preto.
Ali, aprendeu a nadar e a salvar vidas e dá sempre um conselho: água não tem cabelo.
Mas aos que esquecem disso, podem contar com a presteza dele, que nem tem tanto cabelo assim.
Há informações de que Bertinho recebe R$ 200, pelos serviços prestados.
Estatísticas
Um total de 3,6 mil resgates de afogados foram registrados pela Prefeitura nos 30 meses da atual administração.
De janeiro a julho deste ano, foram registrados cinco acidentes de carro, com três óbitos.

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