Energia gerada pelos ventos é fonte de empregos em diversas áreas desde a cadeia de montagem.
No
cenário brasileiro composto por 11,6 milhões de desempregados, ainda
há, acredite, bons ventos soprando no mercado de trabalho. Um deles é o
setor de geração de energia eólica. De acordo com dados da Associação
Brasileira de Energia Eólica (Abeeólica), a instalação de novos parques
eólicos no país deve gerar, até 2019, 45 mil postos de trabalho, grande
parte deles no Nordeste.
A
demanda por um tipo de energia limpa e o baixo custo de implantação dos
parques quando comparados a outros tipos de geração de energia são
vantagens que tornam o modelo eólico cada vez mais competitivo desde
2009, quando começaram a ser licitados os primeiros projetos.
“O setor eólico não está imune ao impacto da crise, mas tem uma posição
muito estratégica para enfrentá-la, já que se trata de um investimento
de longo prazo – um parque leva entre três e cinco anos para ficar
pronto – e que, portanto, não espera ganhos imediatos”, aponta o gerente
regional da empresa especializada em recrutamento Randstad Professional
Diego Forghieri.
Os
primeiros projetos do País foram construídos entre 2012 e 2013, a
maioria comandados por empresas estrangeiras. Havia, no período, uma
grande dificuldade de encontrar mão de obra qualificada em todas as
etapas do processo de montagem, desde profissionais da área do direito
(ver matéria vinculada), passando por especialistas na fabricação de
equipamentos como pás eólicas, turbinas e aerogeradores e até por
técnicos atuantes na manutenção do complexo energético. “Hoje, temos um
gargalo de mão de obra menor, mas, ainda assim, quem tem experiência no
ramo dificilmente ficará desempregado”, completa Forghieri.
A Casa dos Ventos é uma empresa de destaque no ramo e está presente em
todo o Nordeste, inclusive em Pernambuco, onde atualmente constrói o
parque Santo Estevão, em Araripina (o complexo emprega cerca de 800
trabalhadores nesta fase de instalação), além de já ter instalado o
complexo de São Clemente, localizado entre os municípios de Caetés,
Capoeiras, Pedra e Venturosa. “A região do Agreste de Pernambuco têm um
potencial eólico muito grande, com ventos fortes e constantes, que
tornam a sua exploração muito atraente”, diz o diretor da empresa Clécio
Antônio. Em todo o Nordeste, são 400 empregos diretos gerados pelos
parques.
Uma das grandes vantagens do setor é o largo espectro de áreas de
atuação disponíveis para os profissionais. Há chances para trabalhadores
de nível técnico, principalmente nas áreas de elétrica, mecânica e
eletrônica. Entre os profissionais graduados, engenheiros civis,
elétricos, eletrotécnicos, advogados, gestores de logística,
arqueólogos, ambientalistas etc. Também há oportunidades para seguranças
patrimoniais, pessoal ligado à área administrativa.
Por outro lado, a rotatividade do mercado de trabalho é alta para a
maioria, e grande parte dos profissionais são contratados apenas para o
período de montagem das usinas, restando uma parcela menor na
manutenção.
“Mas
esse não é um fenômeno peculiar desse tipo de energia. É possível
constatar o mesmo comportamento em usinas hidroelétricas, térmicas, e
até nucleares”, garante Clécio. O tempo de reinserção do mercado também é
curto, de 55 dias, e os salários costumam ser maiores. Em comparação
com o profissionais da construção civil, por exemplo, o ganho pode ser
de até 30% a mais.
DIREITO É ÁREA DE DESTAQUE
A
instalação de novos parques de energia eólica em todo o Brasil trouxe a
necessidade de profissionais especializados em diversas áreas, e uma
das que mais tem se destacado e obtido ganhos com este mercado é a do
direito. Para a instalação de um parque, são requeridos advogados com
expertise em questões ambientais, de formação de sociedades
empresariais, imobiliário e, às vezes, trabalhista.
Fonte: Blog Marcos Montinely
Fonte das fotos: Internet